segunda-feira, 30 de agosto de 2010

INSÂNIA


Para conversar sobre projetos, na maior das ironias. Deixar as pastas se abrirem e se juntar aos loucos. A loucura desejada pela mesmice de cada um dos seus dias. Marcas ainda recentes e as ideias vêm e voltam e mudam e (re)voltam. Projetos tantos que já ficaram esquecidos, no fundo da gaveta, no porta-retrato, na agonia diária de frustração e melancolia extrema.

Faça o que vem do coração. A essência está na simplicidade. Esses projetos, rascunhos cobertos de linhas tortas, devaneios saltitantes pelas ruas da imaginação. Entreabertas as suas pastas, entre aspas, entre quatro paredes. Entre e fique. Entre e deixe entrar. Loucura tremendo por dentro, querendo sair, expandir pra fora do peito pra sair da linha, deixar de lado seus incansáveis pretextos.

Aquela história do “nada acontece ao acaso”. Aquela pessoa que te esbarra na rua, de repente era para dizer algo especial no seu dia. Aquele 'bom dia' que você fica ensaiando toda manhã quando sai na rua seria poesia pra loucura chegar. E na varanda de casa, saia e deixe o sol penetrar na sua pele, sinta os raios da luz, que a loucura vem mais à frente. Deite na cama, corra bem longe, abra um sorriso e ria, ria, ria... ria até doer a barriga. A loucura chega sem pressa pra fazer festa, gargalhando sem parar.

Não é alucinação, não venha com essa história, que a loucura foge sem você perceber. Não venha dar opinião sem pedido, porque se a loucura foge, você vai ver. Encontrar a loucura todo dia é uma dádiva das forças naturais mais puras. Ah, mas deve ser difícil demais viver na sanidade desses dias o tempo todo.