tag:blogger.com,1999:blog-45667620550773754202024-03-13T10:17:48.469-07:00ponto por extensoSamira Limahttp://www.blogger.com/profile/02192722870972620814noreply@blogger.comBlogger36125tag:blogger.com,1999:blog-4566762055077375420.post-49128970330425537122013-05-16T12:08:00.002-07:002013-05-16T12:08:46.400-07:00Neguinho<br />
<div style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://2.bp.blogspot.com/-A_cIqWRwJ60/UZUlvseaf7I/AAAAAAAABMw/LkAqcA37R5I/s1600/DSC02113.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="http://2.bp.blogspot.com/-A_cIqWRwJ60/UZUlvseaf7I/AAAAAAAABMw/LkAqcA37R5I/s320/DSC02113.JPG" width="180" /></a></div>
<br />Era verão, no final da década de 90, quando meu pai adentrou a área do fundo de casa com uma caixa de papelão nas mãos e todos vieram ver o que era. Minha mãe, de cima da escada que dava acesso à cozinha, viu desde logo que lá dentro encontrava-se um cãozinho todo encolhido e assustado, camuflando com a cor do papelão. Antes que meu pai colocasse a caixa em lugar mais baixo para que eu e minha irmã pudéssemos enxergar o seu interior, minha mãe já foi dizendo todos os pontos negativos de ter um cachorro em casa. Xixi dentro de casa, móveis e calçados roídos, despesas com ração e remédio, disponibilidade para passear e dar banho, além de todo carinho que um cãozinho recém-nascido deve receber. Lembro-me bem do semblante nervoso de minha mãe ao dizer tudo isso, de uma vez só.<br />
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mas no momento que ouvimos ecoando a palavra "cachorro", minha irmã e eu olhamos uma para a outra e corremos o mais rápido que pudemos rumo à caixa, pegando no colo aquele animalzinho tão pequeno e tão doce. Tinha as orelhas compridas, o corpo alongado, patas curtas e os olhos cor de caramelo. Não tinha uma raça, nem muito valor de mercado, meu pai disse que acabara de ganhar de um amigo, cuja cadela havia parido há poucos dias. Era um vira-latas meio <i>basset</i>, uma mistura de beleza tão graciosa, que minha irmã já lhe sugeria um nome antes mesmo de minha mãe terminar de dizer todos os "contra" de ter um cachorro em casa.<br />
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Depois de várias sugestões, veio o nome de Russo. Era tão miúdo, tão indefeso, que quem o olhasse andando de um lado para o outro, reconhecendo o quintal até o muro do fundo, o amaria eternamente. Balançava o rabinho e vez ou outra uma orelha virava para trás da cabeça, de tão comprida que era. E corria e voltava, e mordia tudo o que via, encostando aquele focinho gelado em nossos pés e rolando nos tapetes da área.<br />
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E assim, contrariando todas as possibilidades e permissões de minha mãe, o Russo permaneceu. E permaneceu por muito tempo, mais do que os estudos apontam para a expectativa de vida dos cachorros, mais do que os especialistas dizem sobre cães que não levam uma vida muito "saudável", com gastos exorbitantes no <i>pet shop</i>.<br />
<br />
<div>
E o Russo foi crescendo, não mais do que a hereditariedade lhe permitia, mas o suficiente para que minha mãe concordasse à época, para que ele ficasse conosco. Viveu por dezesseis longos e felizes anos. Oitenta anos de idade, se comparado à raça humana. E comia de tudo. Almoçava como a gente, comia pão de queijo quentinho quando minha mãe fazia, ração, doce de leite. Contrariou todos os estudos e recomendações. Contrariou minha mãe e as estatísticas.</div>
<br />
Ah, ainda me lembro quando levávamos o Russo ao sítio do meu pai, aqui pertinho da cidade. O Russo ia na carroceria da caminhonete, com o pescoço amarrado na coleira e, mal chegava lá perto da casa do sítio, ele já queria pular dali para correr a toda a velocidade pelas redondezas. Uma vez pulou de coleira e tudo e se não fosse o meu pai para correr e desamarrar a corda da gradinha do carro, o Russo teria se enforcado. Quando descia, corria, corria muito por todos os lados, como se fosse o cachorro mais feliz do mundo no meio daquele tanto de mato. De tão baixinho que era, mal dava para vê-lo ao longe, mas era facilmente visível o trajeto que fazia, vendo as folhas, o mato e a grama balançando por onde passava. E voltava cheio de carrapicho, com a língua para fora de tanto correr, ofegante e feliz com tamanha liberdade.</div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Em casa, latia tão alto que era capaz de acordar toda a vizinhança. Latia quando avistava cavalos, latia quando alguém passava na rua. E latia, e uivava e chorava todas as vezes em que nos ausentávamos de casa. Ficava até sem comer, tadinho. Sempre muito bravo, demonstrava autoridade quando chegava visita em casa, latindo alto com a cabeça erguida, estranhando todos que não conhecia. <br /><br />E reconhecia de longe nosso cheiro, era aquele que me esperava chegar de madrugada, que vinha correndo ao meu encontro quando mudei-me para Franca e vinha pra cá nas férias. Era ele que se deitava em baixo da mesa da copa, para nos fazer companhia enquanto almoçávamos, todos os dias. Era ele que ficava eufórico quando desconfiava que abriríamos o portão, para que ele pudesse passear ali perto. Latia quando tocava o interfone, sabia que aquele som remetia à ideia de que alguém abriria o portão e que ele poderia sair para dar um passeio na rua. E morria de medo de fogos de artifício, detestava festa de <i>Réveillon</i> e Copa do Mundo<i> </i>por conta disso.<br />
<br />
Não podia ver aberta a porta da cozinha que já ia logo entrando devagarinho, no tilintar das unhas daquelas tão miúdas quatro patas, quando tocavam a cerâmica. E percorria todo o corredor, passava pelos quartos, o banheiro, a escada, até chegar à sala, quando corria para o tapete da porta que dava acesso à sacada e ali permanecia por toda a tarde, no lugar em que ele mais gostava de ficar.<br /><br />
Foi uma única vez ao <i>pet shop </i>para tomar banho, mas voltou tão estressado que nunca mais o levamos lá. Um funcionário disse que ele era muito "brabo" e que não conseguiram lavá-lo muito bem. <br /><br />Mas essa semana tivemos que levá-lo ao veterinário, estava já muito fraco e mal conseguia equilibrar-se em suas patas curtas e já cansadas. Sofria de um mal degenerativo e irreversível, resultado da idade já avançada. Em seus últimos dias, ficou cego e já não andava mais. Não comia e não apresentava nenhuma reação. O veterinário sugeriu a eutanásia. Meu Deus, que decisão difícil. Sacrificar um animalzinho tão amado, soava a traição, embora nada mais pudesse ser feito por ele. <br /><br />Quando saí hoje de manhã para o trabalho, ainda pude sentir bater bem fraco o seu coração. Quando voltei, vi apenas a sua casinha de madeira no quintal, exposta ao sol, e a sua vasilha de água de cabeça para baixo, mais à frente, na mureta. Procurei-o por ali, mas quando entrei na cozinha, olhando bem nos olhos de minha mãe, as palavras já eram totalmente desnecessárias. Meu pai o havia levado e, quando voltou pra o almoço sozinho e cabisbaixo, em silêncio todos comemos quietos, chorando, pensando ainda no que era certo ou errado, pensando que comer naquele momento dava ares de frieza, pensando no Russo, nosso pequeno que acabava de partir. Nem mesmo os passarinhos vieram nos visitar hoje, para comer restos de comida que ele deixava de lado. A casa ficou vazia, nossos corações também. Meu neguinho, você foi durante todos esses anos um fiel e bom companheiro. Ainda ouço o seu latido na memória. Vá em paz.</div>
Samira Limahttp://www.blogger.com/profile/02192722870972620814noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4566762055077375420.post-1315026468588070292013-05-12T13:24:00.000-07:002013-05-12T13:24:23.506-07:00Música de quem vai embora<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://1.bp.blogspot.com/-64PwNfDO1Bk/UY_57DcmXlI/AAAAAAAABMc/woW06FfOPUI/s1600/vitrola.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="http://1.bp.blogspot.com/-64PwNfDO1Bk/UY_57DcmXlI/AAAAAAAABMc/woW06FfOPUI/s320/vitrola.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br />Tocava uma música tão ao fundo, distante, que conforme o vento mudava a direção, não se ouvia quase nada. Ora o som entrava tão dentro dos ouvidos que parecia estar vindo aqui de muito perto, ora o vento girava e nada se escutava além dos barulhos da noite, por mais que se fizesse muita força para tentar decifrar a letra daquela canção tão distante daqui. Lembrei-me, enquanto tomava banho, que você adora música e da sua rapidez em decifrá-las tão logo você as ouve, ainda que o som esteja baixo. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Diga-me que não temos segredos, que talvez eu ouça, pois costumo ouvir e prestar atenção em quase tudo que você diz, talvez mais do que consegui ouvir da janela do meu quarto a música ecoada ao som da vitrola, a duas ou doze quadras dali. Era uma voz feminina, mas como disse, não era possível precisar a distância da minha cama até a vitrola, dava para sentir o vento levando e trazendo bagunça por todos os lados. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Lembrei-me das nossas risadas, dos seus olhos, do seu cheiro. A canção continuou naquele vai e vem, oscilação noturna mais gostosa de sentir. Fechando os olhos dá a impressão de que a audição fica mais aguçada, os ouvidos ficam mais atentos... e as lembranças ficam mais calmas.</div>
Samira Limahttp://www.blogger.com/profile/02192722870972620814noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4566762055077375420.post-80307264859726426932012-12-13T04:13:00.000-08:002012-12-13T04:17:09.039-08:00Mas fica<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-ttI-hxu_P_Y/UMnHNBs0N-I/AAAAAAAABKQ/gOrbOqEC_xo/s1600/sketch-500e06a1754cc.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="169" src="http://4.bp.blogspot.com/-ttI-hxu_P_Y/UMnHNBs0N-I/AAAAAAAABKQ/gOrbOqEC_xo/s320/sketch-500e06a1754cc.jpg" width="320" /></a></div>
Vamos unir o que temos de bom<br />
A gente faz uma canção para festejar nossas lembranças<br />
Senta aqui do lado<br />
Traz o baixo e o violão<br />
Que a gente canta alto, bem alto<br />
Que é pra alegria contagiar a cidade inteira<br />
Deixa todo mundo saber das nossas histórias<br />
Saber das nossas risadas<br />
Há muito de bom nessas recordações<br />
Foram tantos momentos<br />
Vamos dançar de mãos dadas<br />
A música que, literalmente, será a nossa<br />
Vamos...<br />
Que esses dias de tristeza já não soam bem<br />
A trilha sonora já não satisfaz<br />
Não contagia<br />
Vamos revelar aos quatro cantos<br />
O segredo dos bons momentos que passamos<br />
Na diversão de tudo que fizemos<br />
Quem sabe fomos longe demais, eu não sei<br />
Mas o suficiente para uma boa música<br />
Para se ouvir ao pôr do sol<br />
Mas fica...<br />
Fica perto que tudo fica bem<br />
Porque se você se afasta<br />
Leva embora a música<br />
E a minha alegria também.Samira Limahttp://www.blogger.com/profile/02192722870972620814noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4566762055077375420.post-5441538659536397252012-05-10T12:35:00.002-07:002012-05-10T12:35:43.269-07:00Alienação frutalense<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://2.bp.blogspot.com/-DE_kLqzd7lY/T6wYTGD9PcI/AAAAAAAABKE/1Q9PKQuoUtQ/s1600/censura02.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/-DE_kLqzd7lY/T6wYTGD9PcI/AAAAAAAABKE/1Q9PKQuoUtQ/s1600/censura02.jpg" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /><span style="font-size: 10pt; mso-bidi-font-size: 11.0pt;"><span style="font-family: Calibri;">A impressão que eu tenho é a de que a maioria das pessoas de Frutal
simplesmente não pensam. E isso muito se deve à falta de subsídios pensantes,
já que não há na cidade qualquer espécie de contribuição cultural. Sim, isso
mesmo. Não há cultura por aqui. Houve um tempo em que existia um cinema, mas
atualmente não há mais nada. Isso sem falar da educação pública, fraca e
desestimulante, diante da desmotivação dos professores provocada por seus
salários ridículos, mesmo após incessantes lutas de classe. Não há incentivo à
arte, literatura, dança, música.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 10pt; mso-bidi-font-size: 11.0pt;"><span style="font-family: Calibri;">Cultura por aqui tem o nome de carnaval – caro, violento e sem graça –,
e um “Agosto dos Grandes Espetáculos” com artistas regionais, mas em sua
maioria não locais, onde não há nenhum benefício relevante e direto para a
população, mas tão somente gastos desnecessários. Não há preferência por
músicos e artistas frutalenses. A cultura é escassa e a valorização dos
artistas locais é praticamente nula, apesar de contarmos com excelentes músicos
e bandas locais. Não há cinema nem teatro. Por aqui as pessoas são alheias a
toda forma pensante e não se importam em manterem-se desta forma.<o:p></o:p></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /><span style="font-size: 10pt; mso-bidi-font-size: 11.0pt;"><span style="font-family: Calibri;">A diversão por aqui é a “balada sertaneja”. Todos os finais de semana é
o que se encontra por aqui, em festas regadas a álcool e drogas, onde as
pessoas, terrivelmente fantasiadas ao estilo country do interior, frequentam
festas onde as mulheres, de salto alto e minissaia, contam inclusive com
descontos nos ingressos, ou até entrada gratuita, só para alegrar e satisfazer
os “machos” com suas calças apertadas. Em todo e qualquer canto da cidade o que predomina é o sertanejo. O famoso sertanejo universitário, variação bizarra do que um
dia foi moda de viola, com suas letras vazias e praticamente iguais – o que
muda é a dupla de cantores que, em grande parte das vezes, são cópias fajutas
de duplas populares, com péssima produção musical. O lazer preferido por aqui é
o sertanejo e a cerveja. Todos os bares de Frutal sobrevivem basicamente da
venda de bebidas alcoólicas, que é o divertimento da maioria, que enche a cara
aos finais de semana por não ter outra coisa a se fazer. É impressionante o
consumo de álcool por aqui. Sucesso nos bares, lucro nos famosos “disk cerveja”. E não é preconceito nem hipocrisia, eu até gosto de cerveja, e muito, o problema é que só tem isso aqui em Frutal.</span></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 10pt; mso-bidi-font-size: 11.0pt;"><span style="font-family: Calibri;">O maior ignorante talvez seja aquele que não se interessa, que não
discute, que não avança, não tem opinião, não lê, não debate, não questiona.
Essa alienação é alcançada por essas pessoas burras, vazias de qualquer
conteúdo político e moral, que se acomodam diante daquele que se intitula mais
poderoso, por trás de uma máscara de simpatia e cestas básicas. Como se isso
não lhes interessasse diretamente, um assunto complicado e sem importância.
Preferem manter-se calados, baixando a cabeça em aceitação a tudo, como se as
consequências ruins por tais atos não atingissem a elas mesmas. Diretamente.
Por aqui a maioria se contenta com muito pouco, não tem tempo para conversar sobre
esses assuntos “chatos”, não têm sequer “opinião” sobre o que está acontecendo.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 10pt; mso-bidi-font-size: 11.0pt;"><span style="font-family: Calibri;">A maioria das pessoas aqui são pobres de espírito. O raciocínio e a
filosofia não são estimulados, não há interesse em que sejam aflorados nas
mentes daqui. Mais fácil governar ignorantes do que pessoas que questionam, que
exigem, que lutam e mostram a cara de indignação diante de toda essa palhaçada
que vem ocorrendo na política local. As pessoas são ignorantes ao ponto de
aceitarem as falcatruas, ao ponto de se calarem diante do que é notório, diante
das malandragens do governo, que deita e rola sobre essas pobres mentes vazias
e estúpidas. Enquanto há suspeitas de um desvio de milhões de reais da verba
pública, que já virou notícia nacional, há pessoas que insistem em negar o
inegável, que insistem em fechar os olhos ao óbvio, à mais suja corrupção que
vem se perpetuando por aqui. E quando não há argumentos, essas mesmas pessoas,
irremediavelmente idiotas, imbecis governados, burros de carga que não enxergam
ao redor, buscam atingir outras pessoas, ofendem os que ainda possuem alguma
capacidade de pensar, como se o errado fosse quem pensa. Aqui é proibido
pensar, é proibido cobrar, questionar. Quem faz isso por aqui é mal visto pelos
demais, é encarado como baderneiro, invejoso, desocupado, vagabundo. Há uma
inversão de valores e ninguém se dá conta disso.<o:p></o:p></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /><span style="font-size: 10pt; mso-bidi-font-size: 11.0pt;"><span style="font-family: Calibri;">Quem pensa aqui em Frutal é mal visto pelos outros, cheira a ameaça,
golpe, vandalismo. Pensar aqui é quase que imoral, a não ser que esteja
preparado a enfrentar represálias e intimidações de todos os tipos imagináveis,
mesquinhos e podres. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Em momentos assim
eu sinto vergonha alheia, vergonha por ainda existirem pessoas, embora com uma
certa formação acadêmica, em grande parte adquirida fora daqui, que preferem se
manter longe do racional, comportando-se feito retardados mentais, que ainda
acreditam que para ser alguém nessa cidade basta uma caminhonete com o
sertanejo torando no som, uma roupa de grife e uma garrafa de whisky
falsificado misturado com energético no camarote da balada.<o:p></o:p></span></span></div>Samira Limahttp://www.blogger.com/profile/02192722870972620814noreply@blogger.com13tag:blogger.com,1999:blog-4566762055077375420.post-63563898892381947242012-03-06T13:18:00.046-08:002012-07-27T06:19:15.632-07:00Cara<blockquote>
<div align="justify">
</div>
</blockquote>
<img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5719129227849088930" src="http://3.bp.blogspot.com/-gHAlBjv8Gs8/T15tu0J_v6I/AAAAAAAABJ8/jtyvGZHwyk0/s400/DSC03300.JPG" style="cursor: pointer; display: block; height: 225px; margin: 0px auto 10px; text-align: center; width: 400px;" /><br />
<div align="justify">
<span style="color: black; font-size: 130%;"><span style="color: #cccccc; font-size: 130%;">Eu poderia dizer que a culpa talvez seja dos olhos cristalinos em contraste com sua pele branca, unindo-se ao verde das camisetas sedutoras. Eu também poderia dizer que a culpada talvez seja a loucura que nos fez girar na sala sozinhos, nos escondendo entre cabelos lisos, no vestido fazendo piscar a luz de roda em roda. Pode ser que a culpa seja do cheiro bom que você tem ou do seu jeito doce em explicar as coisas.</span></span></div>
<div align="justify">
<span style="color: #cccccc;"> </span></div>
<div align="justify">
<span style="color: black; font-size: 130%;"><span style="color: black;"><span style="color: silver;"><span style="font-size: 130%;">E eu também poderia falar por horas sobre as inúmeras vontades desastrosas, das imensas cenas de desconcerto entre tímidos sorrisos e mãos dadas a desvendar incertezas difíceis de explicar. Poderia discorrer sobre a beleza e ainda sobre a leveza de tantas conversas divertidas e insanas. </span><span style="font-size: 130%;">Pode ser ainda que a culpa de tudo seja das viagens, da fotografia no lago, dos meteoritos, do brigadeiro ao som de Johnny Cash, do Tommy, do Creedence, da Barra, do churrasco com chuva, das mitocôndrias, da cachoeira, dos cogumelos, dos Mutantes. </span></span></span></span></div>
<div align="justify">
<span style="font-size: 130%;"></span><span style="color: silver;"> </span></div>
<div align="justify">
<span style="color: black; font-size: 130%;"></span><span style="color: silver;"> </span></div>
<div align="justify">
<span style="color: black; font-size: 130%;"><span style="color: black;"></span></span><span style="color: silver;"> </span></div>
<div align="justify">
<span style="color: black; font-size: 130%;"><span style="color: black;"></span></span><span style="color: silver;"> </span></div>
<div align="justify">
<span style="color: black; font-size: 130%;"><span style="color: black;"></span></span><span style="color: silver;"> </span></div>
<div align="justify">
<span style="color: black; font-size: 130%;"><span style="color: black;"><span style="color: silver;">E<span style="font-size: 130%;">u poderia falar que a culpa toda foi da lua cheia e da água da chuva escorrendo em nossas pernas, no telhado, ou da claridade da rua evidenciando cada pingo d’água. Poderia falar que a culpa é da sua escrita em caixa alta e de todas as letras duplicadas no seu nome, do South Park, do Esgoto e da Charlote.</span></span></span></span></div>
<div align="justify">
<span style="color: silver;"> </span></div>
<div align="justify">
<span style="color: silver;"> </span></div>
<div align="justify">
<span style="color: silver;"> </span></div>
<div align="justify">
<span style="color: black; font-size: 130%;"><span style="color: silver; font-size: 130%;">Poderia dizer que a culpa mesmo foi do pôr do sol ao som de Megadeth. Talvez também a culpa seja do cheiro bom do seu cabelo no meu travesseiro ou da aflição do equilíbrio do copo americano sobre a garrafa de cerveja. A culpa de tudo pode ser ainda da consultoria de ondas, do mapa desenhado no papel do telefone com a mão esquerda e do seu sorriso a iluminar meu dia inteiro.</span></span></div>
<div align="justify">
<span style="color: silver;"> </span></div>
<div align="justify">
<span style="color: silver;"> </span></div>
<div align="justify">
<span style="color: silver;"> </span></div>
<div align="justify">
<span style="color: black; font-size: 130%;"><span style="color: black;"><span style="color: silver;">E<span style="font-size: 130%;">u poderia também falar sobre os perigos dessas aproximações momentâneas, de todo o tempo que você ocupa a minha mente e de todo o meu vão esforço em impedir que tudo isso aconteça. Poderia dizer que a culpa é da afinidade, mas a afinidade talvez também seja consequência da loucura e a inteligência só um conceito passageiro de desespero e simpatia.</span></span></span></span></div>
<div align="justify">
<span style="color: silver;"> </span></div>
<div align="justify">
<span style="color: silver;"> </span></div>
<div align="justify">
<span style="color: silver;"> </span></div>
<div align="justify">
<span style="color: black; font-size: 130%;"><span style="color: silver; font-size: 130%;">Eu poderia falar que a culpa maior é a atração que sinto pela beleza que existe dentro desse coração receoso, cheio de dúvida. Porque por mais que eu tente, não consigo aceitar que a culpa seja minha, simplesmente por ter me apaixonado. Por falar o que já estava claro, por querer o que eu já sabia que não poderia ter, mas não fazia ideia da dimensão que tudo isso poderia alcançar.</span></span></div>
<span style="color: black; font-size: 130%;"><br /></span>Samira Limahttp://www.blogger.com/profile/02192722870972620814noreply@blogger.com8tag:blogger.com,1999:blog-4566762055077375420.post-52715930722311294152011-09-23T17:47:00.000-07:002011-10-14T09:53:33.383-07:00E se...<a href="http://1.bp.blogspot.com/-DRhSiwAllbw/Tpho2YVF7cI/AAAAAAAABJU/C3XSbuLTy5I/s1600/61361_Papel-de-Parede-Cubos--61361_1024x768.jpg"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; DISPLAY: block; HEIGHT: 267px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5663391814871543234" border="0" alt="" src="http://1.bp.blogspot.com/-DRhSiwAllbw/Tpho2YVF7cI/AAAAAAAABJU/C3XSbuLTy5I/s400/61361_Papel-de-Parede-Cubos--61361_1024x768.jpg" /></a><br /><br /><div align="justify">E se a rua diminuísse na largura, e entre a minha casa e a sua, a gente fosse se encontrar. E quem sabe nossas linhas, tendenciosamente paralelas, não se aproximam ao ponto de se sobreporem, de se enroscarem na doce imagem de te ver passar, de estar sempre no meio do seu caminho.<br /><br />Mas se a rua se estreitasse, o par com o ímpar, do verde com o vermelho, nas arquiteturas tortas, diariamente ao grande encontro, nas linhas, em cubos, em euforia imperceptível a olho nu.<br /><br />E se a lua se aproximasse, iluminando nossos caminhos, estreitando nossos espaços vazios. Mas se você simplesmente atravessasse a rua, mudasse de calçada, no samba feito pra você chegar, nem lua nem rua nem nada me fariam te abandonar.</div>Samira Limahttp://www.blogger.com/profile/02192722870972620814noreply@blogger.com12tag:blogger.com,1999:blog-4566762055077375420.post-6081420058173298102011-06-28T18:35:00.001-07:002011-06-28T18:37:49.436-07:00Vão<a href="http://2.bp.blogspot.com/-D9vj44iA0gk/TgqBhy6GHEI/AAAAAAAABJE/xX6cDZHS8co/s1600/jack%2Bin%2Bthe%2Bbox.jpg"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; DISPLAY: block; HEIGHT: 362px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5623449502326594626" border="0" alt="" src="http://2.bp.blogspot.com/-D9vj44iA0gk/TgqBhy6GHEI/AAAAAAAABJE/xX6cDZHS8co/s400/jack%2Bin%2Bthe%2Bbox.jpg" /></a><br /><br /><div align="justify">Ela tinha um jeito tolo de lidar com essa vida mansa, sem nada em exagero. E tinha o cabelo queimado do sol, as mãos pequenas e finas, onde a linha da vida quase que não se via. Tinha as ideias confusas, esquecia-se de tanta coisa e com tamanha facilidade que as pessoas acreditavam que ela fazia de propósito, só para chamar a atenção. De sorriso largo, mas cada dia de um jeito, ainda querendo crer que dias bons é opção ao despertar do sono pela manhã. </div><br /><div align="justify"><br />A janela entreaberta deixava passar os raios de sol daquele fim de tarde de domingo. E o que se via eram as luzes se dissipando, quando ela passava de lá pra cá dentro do quarto, arrumando as malas pra partir. E saía e voltava e girava e corria e fazia dos raios de sol pisca-piscas dentro do quarto o tempo todo. </div><br /><div align="justify"><br />Não vá dizer que foi tudo em vão. A janela fechada mente a cor dessa manhã gelada, que não te deixa levantar da cama. Não me avise das tempestades, suas previsões do tempo são falhas, aludem a descontroles remotos, ultrapassados. </div><br /><div align="justify"><br />Teríamos com fé proferido aquelas mesmas palavras se não fossem essas reviravoltas que a vida dá, transmudando as paisagens, esquecendo dos detalhes. É que a fé também ficou esquecida nos ruídos noturnos, nas novidades pelo caminho, nas divindades questionadas, na fé empoeirada, certidões rasgadas.</div><br /><div align="justify"><br />Há que se saber que a vida é pisar em falso em enfileiradas caixinhas de surpresa, e que as maiores surpresas da vida podem ser encontradas no vão entre as caixinhas. Em constante teste de paciência, até que se atinja o ponto de equilíbrio. Nem raro nem demasiado, nem extenso nem curto demais.</div><br /><div align="justify"><br />Na calmaria do pôr do sol no quintal da sua casa, da esperança de dias melhores pelo caminho, nas travessias milimetricamente arquitetadas. Então nossa exatidão a gente deixa de escanteio, reviravoltas em nossos pretextos. Fervoroso dilema da estação.</div>Samira Limahttp://www.blogger.com/profile/02192722870972620814noreply@blogger.com8tag:blogger.com,1999:blog-4566762055077375420.post-65150143325841214472011-04-25T08:42:00.000-07:002011-05-09T05:46:27.173-07:00Muda<div align="justify"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-LNq0S6AJOtc/TbXmf-n6GGI/AAAAAAAABIY/6e3TsbaqPyY/s1600/3901019945_3f15fc96b4.jpg"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 240px; DISPLAY: block; HEIGHT: 320px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5599635148765796450" border="0" alt="" src="http://1.bp.blogspot.com/-LNq0S6AJOtc/TbXmf-n6GGI/AAAAAAAABIY/6e3TsbaqPyY/s320/3901019945_3f15fc96b4.jpg" /></a><br /><span style="font-size:130%;">Bom mesmo é poder agora rever conceitos há tempos ultrapassados, promover o desapego e aceitar que cada coisa tem seu próprio tempo de vida, seu ponto final. Melhor ainda é entender o momento de aceitação, de dizer adeus para o que não tem mais razão de ser, já que tudo seria bem diferente nas circunstâncias atuais.<br /><br />Essa descrença virou mania de resposta pronta, tanta vida se transforma a todo instante, virar o disco, viver o novo: a simples forma de pensar mais fácil, sem complicar considerações vulneráveis e traiçoeiras. Estive contando seus passos, seguindo seus rastros, mas do mesmo jeito que aquelas pessoas no tumulto de ontem na rodoviária, as mãos dadas evitando afastarem-se seus corpos na multidão simbolizaram também a nossa despedida. Pelo menos esse foi o meu tempo de entender tudo isso.<br /><br />E foi mesmo melhor desviar os olhares, ainda que quase passássemos um sobre o outro, seria difícil explicar a ela, e tinha tanta gente por todos os lados, que qualquer cumprimento poderia soar um tanto quanto superficial e desdenhoso, o que me renderia uma chateação desnecessária. Desses conceitos, passei a noite entre questionamentos e detalhes há muito esquecidos, sem razão, como quando você briga com alguém e depois de um tempo você já nem se lembra mais o motivo.<br /><br />Eu já não me lembro mais de tanta coisa, o tempo foi desbotando essas lembranças, desgastando arrepios e desviando a saudade. Tanta coisa aconteceu nesse entretempo, sem participação, sem presença. Seu caminho ficou na minha contramão, então não há mais grande valia em querer estar junto sem estar.<br /><br />Eu ainda olhei para trás buscando uma resposta, uma última visão do que agora eu aceito que tenha mesmo ficado para trás. Procurei sem ser vista, mas havia tantas pessoas, final de feriado, gente indo e vindo, despedida e chegada, que eu tive a leve sensação de que o meu trem também partira, agora livre e sossegado, sem destino, na paz que agora eu carrego comigo. </span></div>Samira Limahttp://www.blogger.com/profile/02192722870972620814noreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-4566762055077375420.post-86275822547958120302011-02-17T04:50:00.000-08:002011-05-09T05:39:17.992-07:00Jabuticabeira<img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 320px; DISPLAY: block; HEIGHT: 257px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5604694798212179778" border="0" alt="" src="http://1.bp.blogspot.com/-dV9PPZaYpqE/TcfgOVnqp0I/AAAAAAAABIg/OSfru57YSbg/s320/borboleta_amarela.jpg" /><br /><br /><div align="justify"><span style="font-size:130%;">Onde cresciam as suas flores, agora tem cimento, chão firme, tudo cinzento, acinzentado. Onde havia aquela pequena fonte improvisada, com seu pescador satirizado, agora só existe uma rede mais à frente, perto da porta da sala. Não precisei elevar as mãos pelo caminho que você projetou, cheio de flores e galhos contorcidos, para chegar até a porta sem me arranhar, embora agora persistam tantos outros profundos arranhões. E não tem mais aquela brisa boa, as folhas balançando de um lado ao outro, levando o cheiro das rosas até a janela da cozinha, de onde saía o seu melhor café. Mudou tanta coisa, tanta vista, tanta saudade que deixa a gente meio sem norte, intactos, inertes. E vendo aquelas borboletas amarelas traçando boas energias em torno à jabuticabeira, minha flor, tem você por todo lado, basta sentir.</span></div>Samira Limahttp://www.blogger.com/profile/02192722870972620814noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4566762055077375420.post-71766093830079415402010-10-01T07:57:00.000-07:002010-10-01T08:11:38.444-07:00O Trem<a href="http://4.bp.blogspot.com/_906ocT91e2c/TKX3fVsXi3I/AAAAAAAABFQ/VAsTFnGUSP8/s1600/DSC03111.jpg"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; DISPLAY: block; HEIGHT: 284px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5523092635811023730" border="0" alt="" src="http://4.bp.blogspot.com/_906ocT91e2c/TKX3fVsXi3I/AAAAAAAABFQ/VAsTFnGUSP8/s400/DSC03111.jpg" /></a><br /><div><p style="TEXT-ALIGN: justify; LINE-HEIGHT: normal; MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNormal"><span style="FONT-FAMILY: 'Georgia', 'serif'; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-bidi-: PT-BRfont-family:'Times New Roman';" >No campo, lá ao longe se avista o trem de ferro vindo a todo vapor em nossa direção, passando em meio às montanhas, subindo e descendo por todo o vale. E vem chegando, fazendo barulho, soltando fumaça sem parar. As crianças com seus ouvidos atentos procuram o fim da linha, querendo correr atrás de tudo, com seus olhos cheios de vida, abrem os braços feito asas e correm para fora de suas casas idênticas. </span><br /></p><p style="TEXT-ALIGN: justify; LINE-HEIGHT: normal; MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNormal"><span style="FONT-FAMILY: 'Georgia', 'serif'; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-bidi-: PT-BRfont-family:'Times New Roman';" ><?xml:namespace prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" /><o:p></o:p></span></p><br /><p style="TEXT-ALIGN: justify; LINE-HEIGHT: normal; MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNormal"><span style="FONT-FAMILY: 'Georgia', 'serif'; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-bidi-: PT-BRfont-family:'Times New Roman';" >No quintal lá de casa tem folha verde depois da chuva que caiu a semana inteira. E o chão continua molhado, tem nuvem cá em baixo, bem perto do telhado. Tem cheiro de primavera no ar. Criança de pés descalços corre atrás do último vagão para sentir o vento vindo verde, de fumaça esparsa, coração acelerado no peito cansado de tanto correr. Tem gente chegando e tem gente indo embora. Tem gente que nem veio e tem gente que veio, mas não devia. Menino, deixa o trem passar. Itinerário traçado, caminhos passados. Não tem como você acompanhar. <o:p></o:p></span></p><br /><p style="TEXT-ALIGN: justify; LINE-HEIGHT: normal; MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNormal"><span style="FONT-FAMILY: 'Georgia', 'serif'; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-bidi-: PT-BRfont-family:'Times New Roman';" >Quando você se der conta, a paisagem se transformou e a vida aconteceu sem você perceber, diante de seus olhos sorridentes ao verem o trem chegar. E se o trem já passou, quando voltar já mudou tudo de lugar outra vez.</span><br /></p><p style="TEXT-ALIGN: justify; LINE-HEIGHT: normal; MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNormal"><span style="FONT-FAMILY: 'Georgia', 'serif'; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-bidi-: PT-BRfont-family:'Times New Roman';" ><o:p></o:p></span></p><br /><p style="TEXT-ALIGN: justify; LINE-HEIGHT: normal; MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNormal"><span style="FONT-FAMILY: 'Georgia', 'serif'; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-bidi-: PT-BRfont-family:'Times New Roman';" >Enquanto os seus pés se esfregam na terra, fazendo lama, tem felicidade que não vem de trem. Menino pula no rio, dança na chuva, faz bolha de sabão. Tem felicidade que não tem. Travessia pelas suas travessuras, aventuras desertas pelos trilhos enferrujados do trem. Menino achando que é de ferro, energia de mil locomotivas, coração feito de aço. Uma hora você se descarrila, perde o controle, os sentidos, sai da linha. E quando menos esperar, menino, o trem estremece você.<o:p></o:p></span></p></div>Samira Limahttp://www.blogger.com/profile/02192722870972620814noreply@blogger.com11tag:blogger.com,1999:blog-4566762055077375420.post-73510104139610498962010-08-30T05:36:00.000-07:002010-08-30T05:50:23.736-07:00INSÂNIA<a href="http://4.bp.blogspot.com/_906ocT91e2c/THunulZsoRI/AAAAAAAABFA/-A9HlPrjUVE/s1600/smoke2.jpg"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; DISPLAY: block; HEIGHT: 303px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5511182987773649170" border="0" alt="" src="http://4.bp.blogspot.com/_906ocT91e2c/THunulZsoRI/AAAAAAAABFA/-A9HlPrjUVE/s400/smoke2.jpg" /></a><br /><div><div align="justify">Para conversar sobre projetos, na maior das ironias. Deixar as pastas se abrirem e se juntar aos loucos. A loucura desejada pela mesmice de cada um dos seus dias. Marcas ainda recentes e as ideias vêm e voltam e mudam e (re)voltam. Projetos tantos que já ficaram esquecidos, no fundo da gaveta, no porta-retrato, na agonia diária de frustração e melancolia extrema.<br /><br />Faça o que vem do coração. A essência está na simplicidade. Esses projetos, rascunhos cobertos de linhas tortas, devaneios saltitantes pelas ruas da imaginação. Entreabertas as suas pastas, entre aspas, entre quatro paredes. Entre e fique. Entre e deixe entrar. Loucura tremendo por dentro, querendo sair, expandir pra fora do peito pra sair da linha, deixar de lado seus incansáveis pretextos. </div><br /><div align="justify">Aquela história do “nada acontece ao acaso”. Aquela pessoa que te esbarra na rua, de repente era para dizer algo especial no seu dia. Aquele 'bom dia' que você fica ensaiando toda manhã quando sai na rua seria poesia pra loucura chegar. E na varanda de casa, saia e deixe o sol penetrar na sua pele, sinta os raios da luz, que a loucura vem mais à frente. Deite na cama, corra bem longe, abra um sorriso e ria, ria, ria... ria até doer a barriga. A loucura chega sem pressa pra fazer festa, gargalhando sem parar.<br /><br />Não é alucinação, não venha com essa história, que a loucura foge sem você perceber. Não venha dar opinião sem pedido, porque se a loucura foge, você vai ver. Encontrar a loucura todo dia é uma dádiva das forças naturais mais puras. Ah, mas deve ser difícil demais viver na sanidade desses dias o tempo todo. </div></div>Samira Limahttp://www.blogger.com/profile/02192722870972620814noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-4566762055077375420.post-67081442652940181322010-07-29T12:24:00.001-07:002010-07-30T11:41:25.234-07:00Vácuo<a href="http://3.bp.blogspot.com/_906ocT91e2c/TFMct-OiYrI/AAAAAAAABEw/PZN7k2QYeHI/s1600/velha-praca.jpg"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 320px; DISPLAY: block; HEIGHT: 256px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5499771146073170610" border="0" alt="" src="http://3.bp.blogspot.com/_906ocT91e2c/TFMct-OiYrI/AAAAAAAABEw/PZN7k2QYeHI/s320/velha-praca.jpg" /></a><br /><div align="justify"><a href="http://4.bp.blogspot.com/_906ocT91e2c/TFMZi3uDFYI/AAAAAAAABEo/IqnMuUmHHFk/s1600/velha-praca.jpg"></a>Era uma vez uma menina que não conseguia escutar a própria voz. Ouvia tudo, menos o que ela mesma dizia. A mãe já havia levado a menina ao médico, 'otorrino' renomado na região, mas ninguém soube desvendar o mistério. Psicanálise, musicoterapia, terapia ocupacional, fonoaudiologia... e a menina falava, falava, falava e não conseguia ouvir a própria voz. Dá pra imaginar como deve ser dura a impossibilidade de não ouvir o som das palavras ditas por si mesmo? </div><div align="justify"><br />Com o tempo novos problemas foram surgindo: a menina começou a idealizar sua introspecção expressada na voz de outras pessoas, para que pudesse então ouvir o que queria ouvir, ouvir o que falava. Assim, parecia-lhe mais branda a ideia de não ouvir a própria voz, já que, se tivesse o som das respostas que almejava, a menina poderia se sentir melhor por saber que o som de suas perguntas eram percebidos.<br /><br />Almejava respostas idealizadas por si mesma o tempo todo. Admirável carência humana! A menina criava listas de respostas que queria ouvir de outras pessoas. Um dia percebeu que aquelas respostas prontas só criavam ainda mais questionamentos. E foi então que além de não ouvir a própria voz a menina também parou de querer ouvir a voz dos outros.<br />Deve ser esse o fim dos que não sabem ouvir. A causa da surdez opcional, a maldição das desventuras no vácuo.</div>Samira Limahttp://www.blogger.com/profile/02192722870972620814noreply@blogger.com12tag:blogger.com,1999:blog-4566762055077375420.post-64664939690093584582010-05-20T04:45:00.000-07:002010-05-20T05:37:43.124-07:00"Bastião"<div align="justify"><a href="http://3.bp.blogspot.com/_906ocT91e2c/S_Us7C9vvxI/AAAAAAAABEY/EPwGvaN-5l8/s1600/412_14_pescador2.jpg"><img style="MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 224px; FLOAT: left; HEIGHT: 196px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5473330315058462482" border="0" alt="" src="http://3.bp.blogspot.com/_906ocT91e2c/S_Us7C9vvxI/AAAAAAAABEY/EPwGvaN-5l8/s200/412_14_pescador2.jpg" /></a> A sensação que incomoda é aquela de que a qualquer instante poderá chegar a notícia que, embora previsível, é deveras desagradável. Como se tudo caminhasse rumo às notícias desta espécie. Então talvez o destino ainda mude a direção, mude o comando destes pesares, acalme estas almas aflitas, desnorteadas, descompassadas. Quem sabe ainda existam chances pairando entre seu corpo já pálido e o cheiro de éter impregnado nas roupas de cama. Seria trágico demais se as esperanças se perdessem, porque no fundo elas são muito persistentes e não abandonam minhas preces encomendadas - porque a minha fé, esqueci onde guardei há meses.<br /><br />Minha flor, essa semana o rio baixou, como se uma parte da natureza daquele lugar também houvesse se revoltado. O frio fez neblina, encobriu toda a casa e o caminho até a beira do rio. Revoltas pelas circunstâncias que levaram a esses desvios tortuosos, cruéis. Pode ser egoísmo demais, mas eu não queria te ver agora. Ainda que eu saiba que talvez não te veja nunca mais, certas coisas são controvertidas por natureza. A cumplicidade é algo muito raro... e acho sublime que você compartilhe dessa mesma ideia, talvez piegas e melancólica, mas no fundo é o que de mais importante restará de nós mesmos.</div>Samira Limahttp://www.blogger.com/profile/02192722870972620814noreply@blogger.com22tag:blogger.com,1999:blog-4566762055077375420.post-56031614396804713772010-01-25T09:34:00.000-08:002010-01-26T02:32:06.574-08:00DAQUI ATÉ A ETERNIDADE<img style="MARGIN: 0px 0px 10px 10px; WIDTH: 133px; FLOAT: right; HEIGHT: 96px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5430766598982157618" border="0" alt="" src="http://1.bp.blogspot.com/_906ocT91e2c/S131csZjRTI/AAAAAAAABAI/cdGtRen5sRI/s200/CAFA.jpg" /> <div align="justify"><img style="MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 132px; FLOAT: left; HEIGHT: 106px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5430766274448341762" border="0" alt="" src="http://1.bp.blogspot.com/_906ocT91e2c/S131JzaqOwI/AAAAAAAAA_4/fs0NehoY0zo/s200/CA%C3%87A+AOS+BIXOS.jpg" />E os nossos laços foram se desfazendo sem que a gente percebesse. Eu não sei mais que horas você acorda nem o que come no almoço. Se ainda dorme com aquele pijama velho, se ainda toma cerveja em caneca de alumínio ou se ainda briga por causa do sofá de frente a TV. </div><div><br /></div><div align="justify"><img style="MARGIN: 0px 0px 10px 10px; WIDTH: 106px; FLOAT: right; HEIGHT: 134px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5430866098486530642" border="0" alt="" src="http://2.bp.blogspot.com/_906ocT91e2c/S15P8U8AUlI/AAAAAAAABBY/unxCsvmuXN4/s200/PICT0082.jpg" /></div><div> </div><div align="justify"><img style="MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 147px; FLOAT: left; HEIGHT: 97px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5430872439814708370" border="0" alt="" src="http://3.bp.blogspot.com/_906ocT91e2c/S15VtcOdXJI/AAAAAAAABCA/sK9RwMesMdc/s200/ATgAAADfz6iR2S0-hDVj6RvAbYAy_3L0XdMU2Z0gcYSjEJLVv5A0--UQqgY8vmX__YDHWsLZnNDopwNbJcclsmbslLwYAJtU9VAii8tcnVl2DtTKpebrG4I-X7pm_Q.jpg" />A gente não se reúne mais pra comer brigadeiro, nem para ir ao cinema na quarta-feira à noite,<a href="http://1.bp.blogspot.com/_906ocT91e2c/S131D-O2iYI/AAAAAAAAA_w/3_BOTSnfkCk/s1600-h/LANCHE+PREGUI%C3%87A.jpg"></a> pagando meia com a carteirinha da biblioteca. A gente já não dorme junto no final de semana, só pelo tempo e pela companhia. Não brinca mais de gato-mia, não vira a noite jogando tranca e tomando vinho ou "eu nunca" bebendo "caipiceva" no copo do liquidificador. </div><div> </div><div align="justify"><a href="http://3.bp.blogspot.com/_906ocT91e2c/S132FRLSpuI/AAAAAAAABAY/bcbuj_WbMZ8/s1600-h/FDF.jpg"><img style="MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 100px; FLOAT: left; HEIGHT: 123px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5430767296049227490" border="0" alt="" src="http://3.bp.blogspot.com/_906ocT91e2c/S132FRLSpuI/AAAAAAAABAY/bcbuj_WbMZ8/s200/FDF.jpg" /></a> <a href="http://3.bp.blogspot.com/_906ocT91e2c/S136eUT-kqI/AAAAAAAABBA/CjBvGKcveAQ/s1600-h/kb%C3%A7%C3%A3o.jpg"><img style="MARGIN: 0px 0px 10px 10px; WIDTH: 96px; FLOAT: right; HEIGHT: 109px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5430772124434207394" border="0" alt="" src="http://3.bp.blogspot.com/_906ocT91e2c/S136eUT-kqI/AAAAAAAABBA/CjBvGKcveAQ/s200/kb%C3%A7%C3%A3o.jpg" /></a></div><div><br /></div><div align="justify">Então parece que essas pequenas coisas foram ficando cada vez mais distantes de nós, as serpentinas foram desfeitas. A gente já não se fala todo dia, quando muito nas conversas de MSN. E não estamos mais reunidos nas mesmas fotos, fazendo graça, olhando para o lado, procurando a pose mais engraçada, forçando um "sem amigos". </div><div><br /></div><div align="justify"> </div><div align="justify"><a href="http://2.bp.blogspot.com/_906ocT91e2c/S15RD_xWMJI/AAAAAAAABBg/4w6ybrifyig/s1600-h/silmaejapa.jpg"><img style="MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 151px; FLOAT: left; HEIGHT: 91px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5430867329755263122" border="0" alt="" src="http://2.bp.blogspot.com/_906ocT91e2c/S15RD_xWMJI/AAAAAAAABBg/4w6ybrifyig/s200/silmaejapa.jpg" /></a>Também não frequentamos mais os mesmos lugares, não nos entusiasmamos pelas mesmas coisas, não brincamos de "cachoeirinha" naquelas tardes de calor insuportável e várias antárcticas geladas espremidas no congelador, contando com as desculpas mais esfarrapadas para não ir ao estágio. </div><div><br /><a href="http://2.bp.blogspot.com/_906ocT91e2c/S15Y9z12SKI/AAAAAAAABCg/tPI_gvLhdr8/s1600-h/PICT0112.JPG"><img style="MARGIN: 0px 0px 10px 10px; WIDTH: 134px; FLOAT: right; HEIGHT: 96px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5430876019566725282" border="0" alt="" src="http://2.bp.blogspot.com/_906ocT91e2c/S15Y9z12SKI/AAAAAAAABCg/tPI_gvLhdr8/s200/PICT0112.JPG" /></a> </div><div align="justify"><div align="justify"><a href="http://1.bp.blogspot.com/_906ocT91e2c/S15PKPr4FFI/AAAAAAAABBQ/4Ua51pmFMAY/s1600-h/julio.jpg"><img style="MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 100px; FLOAT: left; HEIGHT: 147px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5430865238083245138" border="0" alt="" src="http://1.bp.blogspot.com/_906ocT91e2c/S15PKPr4FFI/AAAAAAAABBQ/4Ua51pmFMAY/s200/julio.jpg" /></a></div>Da banheira do Gugu, do medo de alguns sobre parque de diversão, da raridade dos banhos de outros e da animação de todos nas noites de quinta-feira, nos esquentas com vodka barata. Das discussões, abraços, perdões. O engraçado nisso tudo é que sabíamos desde o início que esse dia chegaria, dia de despedida, dia de ir embora. Mas só que não contávamos com a intensidade de nossas aproximações, com tamanho envolvimento e afeto, carinho e emoção. </div><div><br /> </div><div><img style="MARGIN: 0px 0px 10px 10px; WIDTH: 148px; FLOAT: right; HEIGHT: 94px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5430993874015378242" border="0" alt="" src="http://2.bp.blogspot.com/_906ocT91e2c/S17EJ14CW0I/AAAAAAAABCo/jcJnYLnBTkc/s200/BANHO+DE+MANGUEIRA.jpg" /></div><div align="justify">O mais incrível nisso tudo é que cada reencontro é e sempre será uma continuação de nossas histórias juntos, como se o tempo tivesse ficado em suspenso. E apesar de toda a distância e de todos os fatos novos que, de certa forma, nós ainda compartilhamos, cada vez será ainda melhor em momentos cheios de nostalgia e fraternidade. Momentos definitivamente simples e raros.</div><div><br /> </div><div align="center"><br /><em>"E nossa estória</em> </div><div align="center"><em>Não estará pelo avesso assim</em><br /></div><div align="center"><em>Sem final feliz</em> </div><div align="center"><em>Teremos coisas bonitas pra contar</em><br /><em>E até lá, vamos viver</em> </div><div align="center"><em>Temos muito ainda por fazer</em> </div><div align="center"><em>Não olhe pra trás</em> </div><div align="center"><em>Apenas começamos</em> </div><div align="center"><em>O mundo começa agora</em> </div><div align="center"><em>Apenas começamos</em>".<br /></div><div><br /></div><div align="center">- Renato Russo - </div>Samira Limahttp://www.blogger.com/profile/02192722870972620814noreply@blogger.com20tag:blogger.com,1999:blog-4566762055077375420.post-41755019939730988952010-01-21T10:57:00.001-08:002010-04-12T11:45:49.737-07:00Maresia<div align="justify"><a href="http://3.bp.blogspot.com/_906ocT91e2c/S8No6ZMQR_I/AAAAAAAABEA/TRjDgLnbI2Q/s1600/DSC01758.JPG"><img style="MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 200px; FLOAT: left; HEIGHT: 150px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5459322525707159538" border="0" alt="" src="http://3.bp.blogspot.com/_906ocT91e2c/S8No6ZMQR_I/AAAAAAAABEA/TRjDgLnbI2Q/s200/DSC01758.JPG" /></a>É que ele tinha o azul do mar dentro dos olhos, e tinha a voz calma, daquelas que dão vontade de sentar no chão pra ouvir histórias imensas, apoiando o queixo sobre as mãos fechadas e os cotovelos sobre as coxas e as pernas cruzadas sobre um tapete de plumas brancas. E eu não sei seu nome, mas sei a cor do seu sorriso como que iluminando tudo à sua volta. E isso basta. </div>Samira Limahttp://www.blogger.com/profile/02192722870972620814noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4566762055077375420.post-5667592682816935162010-01-05T14:44:00.000-08:002010-01-05T15:24:31.231-08:00Tô usando o perfume que "ocê" adora<div align="justify"><a href="http://4.bp.blogspot.com/_906ocT91e2c/S0PBL_rTEnI/AAAAAAAAA_o/FZ4uPZjKkA8/s1600-h/menina_na_janela.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5423390788099969650" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 238px; CURSOR: hand; HEIGHT: 320px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="http://4.bp.blogspot.com/_906ocT91e2c/S0PBL_rTEnI/AAAAAAAAA_o/FZ4uPZjKkA8/s320/menina_na_janela.jpg" border="0" /></a><span style="font-family:arial;"><span style="font-size:130%;">Quando eu conheci o Zé, rapaz bonito, camisa de seda, calça de linho, brilhantina no cabelo, sapato lustrado. Ele me levou pra morar na roça, eu cuidava da casa, fazia marmita para os <em>"peão"</em>, lavava as<em> "roupa"</em> no rio, pajeava <em>"os"</em> filho pequeno. Eu saí da casa do meu pai com 14 anos, pra eu morar <em>"mais"</em> ele. Eu era uma menina ainda - com a roupa do corpo e o amor dentro do peito, que fazia <em>"as"</em> perna bambear: coração de verdade.<br /><br />Aí um belo dia, depois de mais de 20<em> "ano"</em>, ele foi embora e nunca mais <em>"vortô".</em> Só que agora eu descobri que ele tem outra mulher. Eles <em>"mora"</em> na cidade e ele paga <em>"inté"</em> faxineira, a Dona Elza, mulher do Bizaco - o peão lá da roça. A Dona Elza falou esses dias que é serviço pesado, bruto mesmo... que a mulher suja umas cinco <em>"roupa"</em> por dia - tudo roupa chique que ela compra nas "butique". Tudo com o dinheiro dele. Diz que ela foi <em>"no" </em>médico um dia desses, descobriu que tem <em>"pobrema"</em> cardíaco, vai colocar marca-passo semana que vem.</span> </span><div align="justify"></div></div>Samira Limahttp://www.blogger.com/profile/02192722870972620814noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-4566762055077375420.post-60588925098918648022010-01-05T04:20:00.000-08:002010-04-14T13:49:19.031-07:00Municipal<div align="justify"><a href="http://2.bp.blogspot.com/_906ocT91e2c/S8YfkTCEXVI/AAAAAAAABEI/b7HKIhGZTFc/s1600/simbolo+de+perigo+viral.png"><img style="MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 200px; FLOAT: left; HEIGHT: 183px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5460086306678005074" border="0" alt="" src="http://2.bp.blogspot.com/_906ocT91e2c/S8YfkTCEXVI/AAAAAAAABEI/b7HKIhGZTFc/s200/simbolo+de+perigo+viral.png" /></a> Ela o viu perto do bar, com os braços envolvendo a cintura de uma menina. E sentiu as pernas bambas, no leve movimento de transposição de todas as suas negações forçadas. Pernas que tanto flutuaram e se entrelaçaram entre as dele, quando as palavras vinham mais fáceis. Só que ela viu muito mais do que devia, viu-o não só de cabeça raspada, mas também viu em seus olhos tudo o que passou tanto tempo procurando. E viu também que aqueles olhos não lhe pertenciam - como se seus possíveis melhores momentos estivessem trancafiados a sete chaves. De sorriso diferente, nas ondas do som. Pegou a cerveja e procurou voltar para onde estava - mas várias coisas já haviam se perdido na multidão...</div>Samira Limahttp://www.blogger.com/profile/02192722870972620814noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4566762055077375420.post-40032481392060041332009-11-02T15:57:00.000-08:002009-12-30T08:07:40.247-08:00Náutica<a href="http://3.bp.blogspot.com/_906ocT91e2c/Szt6js5_UdI/AAAAAAAAA_U/kkUCR6nIRgY/s1600-h/s.bmp"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5421061330238919122" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 258px; CURSOR: hand; HEIGHT: 320px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="http://3.bp.blogspot.com/_906ocT91e2c/Szt6js5_UdI/AAAAAAAAA_U/kkUCR6nIRgY/s320/s.bmp" border="0" /></a><br /><div align="justify">No momento em que Ana se deu conta, já não conhecia mais seu bom e velho amigo Beto tão bem quanto acreditava ser possível. Ela que sempre soube todos os pensamentos de Beto, da intenção de seus olhares irônicos, da veracidade de suas risadas. E acreditava realmente que Beto também a conhecia assim tão bem, como que reconhecendo-a, como quando a gente vê o vulto de um amigo se aproximando e consegue saber que é mesmo ele, só pelo jeito de andar. E Ana sabia de tudo isso, sabia tudo sobre Beto.<br /><br /></div><div align="justify">Mas só que Ana não contava com aquelas 4 da manhã, afinal, nunca antes Beto fora tão imprevisível. Ainda quando ele se aproximou, continuou imprevisível. E foi embora sem dar explicações que Ana achou que ele daria. Beto deixou com Ana muito mais do que ela poderia imaginar. E ficava se questionando se era mesmo possível que Beto não tivesse sentido o mesmo. Num momento tão inimaginável e sublime.</div>Samira Limahttp://www.blogger.com/profile/02192722870972620814noreply@blogger.com11tag:blogger.com,1999:blog-4566762055077375420.post-42970299614639069922009-10-19T05:47:00.000-07:002009-10-27T10:39:24.663-07:00Sucesso!<div align="justify"><a href="http://2.bp.blogspot.com/_906ocT91e2c/SuA6AcI-JJI/AAAAAAAAA-4/BQAvOr0YDjw/s1600-h/pelego.jpg"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 320px; DISPLAY: block; HEIGHT: 320px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5395376132818085010" border="0" alt="" src="http://2.bp.blogspot.com/_906ocT91e2c/SuA6AcI-JJI/AAAAAAAAA-4/BQAvOr0YDjw/s320/pelego.jpg" /></a>E você dizendo ao telefone que já vinha, que era pra te esperar lá embaixo, e aí eu já sabia que era só daqui a umas três horas e meia, depois do seu banho demorado ou algum filme na tv. Cigarro caído no canto da boca e você jogando fichas de poker sobre a mesa, fechando um dos olhos por causa da fumaça do L&M. Os blefes perfeitos.</div><div align="justify"><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify">Naquela manhã de agosto eu queria muito estar com você, nem sei pra quê, mas eu queria te fazer companhia. Queria te dar abraços de dez minutos. Queria te levar lá no nosso esconderijo, lembra? Lá onde a gente tinha certeza que ninguém, além de nós mesmos, nos encontraria. </div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify">Você de terno e gravata e a gente fumando no telhado de casa, antes do sol sair. De quando você me ensinava a dirigir e de todas as vezes que você, empolgado, contava as histórias da propaganda. E fechava os olhos quando sorria.<br />Só que agora você sumiu daqui. E tudo o que eu queria era poder te ligar, mandar e-mail, te visitar, sei lá... mas você não atende o celular, não responde mensagens, não sai de casa, não tem mais e-mail, msn...</div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify">Eu não quero saber dos seus motivos, não quero te fazer perguntas. Quero você de volta na sexta feira, lá na calçada de casa, jogando conversa fora. Quero as ideias mais loucas e a tal invenção do free-ondas... que iria mudar os rumos da humanidade. </div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify">Ah, meu amigo, que falta você me faz...</div></div>Samira Limahttp://www.blogger.com/profile/02192722870972620814noreply@blogger.com19tag:blogger.com,1999:blog-4566762055077375420.post-40917991167264395872009-10-04T09:34:00.000-07:002010-01-26T11:18:19.580-08:00Quem não tem teto de vidro que atire a primeira pedra<a href="http://1.bp.blogspot.com/_906ocT91e2c/StxdPShJPhI/AAAAAAAAA-Y/6nm936HqIMQ/s1600-h/diamante2.jpg"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 320px; DISPLAY: block; HEIGHT: 258px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5394288970933288466" border="0" alt="" src="http://1.bp.blogspot.com/_906ocT91e2c/StxdPShJPhI/AAAAAAAAA-Y/6nm936HqIMQ/s320/diamante2.jpg" /></a><br /><div align="justify"><a href="http://3.bp.blogspot.com/_906ocT91e2c/StxZbUGbsVI/AAAAAAAAA-Q/fj0jXiYvhtY/s1600-h/diamante2.jpg"></a><span style="font-size:130%;">Jiboia colecionava pedras de todas as formas, tamanhos e cores. E sabia o valor que cada uma delas tinha em sua vida, o valor em dólares. Seus olhos brilhavam tanto quanto as pedrinhas, quando suas imagens se encontravam frente a frente. Usava camiseta e se dizia perito em pedras. Ninguém nunca as amou tanto. Era dono de terras invejáveis, lá onde ele achava as tais pedrinhas. Tinha a voz mansa e ficava noites inteiras procurando por elas. Lá naquela cidadezinha lhe era permitido amar as pedras, lhe era permitido almejá-las. O que Jiboia não contava era com o tamanho do mundo lá fora, acima da cidadezinha com ruas de nomes preciosos. Ele apenas se preocupava com o pequeno mundo das pedras. E quando o resto do mundo inteiro descobriu o segredo de Jiboia, resolveram roubar-lhe as pedrinhas. Foi a pior de todas as dores que já sentira antes. Sem as pedras ele jamais conseguiria sobreviver. Sua vida acabara de perder todo o sentido. O sentido da raridade das pedrinhas.</span></div>Samira Limahttp://www.blogger.com/profile/02192722870972620814noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-4566762055077375420.post-82541967811328491672009-09-17T19:10:00.000-07:002009-09-18T10:15:11.603-07:00Seja um doador de medula óssea<div align="justify"><a href="http://2.bp.blogspot.com/_906ocT91e2c/SrO8ZWvbCBI/AAAAAAAAA9w/s4mgjdTvNhU/s1600-h/ScannedImage-4.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5382853123425110034" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 379px; CURSOR: hand; HEIGHT: 400px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="http://2.bp.blogspot.com/_906ocT91e2c/SrO8ZWvbCBI/AAAAAAAAA9w/s4mgjdTvNhU/s400/ScannedImage-4.jpg" border="0" /></a><strong><span style="font-size:130%;"></span></strong></div><div align="justify"><strong><span style="font-size:130%;"></span></strong></div><div align="justify"><strong><span style="font-size:130%;"></span></strong> </div><div align="justify"><strong><span style="font-size:130%;">Quem pode doar Medula Óssea?</span></strong><br />Qualquer pessoa que estiver em bom estado de saúde. Não é necessário ter peso mínimo. São excluídos apenas portadores de doenças oncológicas. O transplante de medula óssea é, muitas vezes, a única alternativa para pacientes com algum tipo de leucemia, doenças do sangue ou doenças genéticas poderem continuar vivendo, pois nem sempre é possível encontrar um doador na família. No transplante de medula óssea é indispensável que a compatibilidade de doador e receptor seja absoluta.<br />Por isso a necessidade de se organizar Bancos de Doadores de Medula Óssea, cuja função é cadastrar pessoas dispostas a doar. Quando um paciente não encontra doadores entre os familiares, esse cadastro de doadores não-aparentados é consultado. Se for encontrado um doador compatível, ele será convidado a fazer a doação.<br />A Fundação Pio XII, Hemonúcleo de Barretos, está cadastrando pessoas interessadas em ser doadores voluntários, pois somente com um número elevado de pessoas cadastradas é que se aumenta a chance de pacientes encontrarem um doador compatível.<br />A campanha é idealizada para ampliar o cadastro de doadores no REDOME (Registro de Doadores de Medula Óssea), pois cerca de 2000 paciente aguardam a doação de uma medula compatível.<br /></div><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5382856056549759842" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 365px; CURSOR: hand; HEIGHT: 400px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="http://3.bp.blogspot.com/_906ocT91e2c/SrO_EFe1W2I/AAAAAAAAA94/Nnm3U_4bDQc/s400/ScannedImage-5.jpg" border="0" /><br /><div align="justify"><span style="font-size:130%;"><strong>Quem necessita de transplante de Medula Óssea?</strong><br /></span>Pessoas que têm doenças que comprometem a produção do sangue pela medula, como leucemias e aplasias medulares e também crianças com algumas doenças genéticas.<br /><br /><strong><span style="font-size:130%;">Qual a chance de uma pessoa conseguir um doador compatível na população como um todo?</span><br /></strong>A possibilidade maior é conseguir um doador entre irmãos; nesse caso, a chance de compatibilidade é de 25% por irmão, porém, 60 a 70% dos pacientes que necessitam de um transplante de medula óssea não encontram doadores entre os familiares; então a chance de encontrar uma medula compatível entre doadores não-aparentados é de <strong><span style="color:#ff0000;"><span style="font-size:180%;">uma em cem mil</span>,</span></strong> por isso a necessidade de se organizar Bancos de medula óssea, cuja função é cadastrar pessoas dispostas a doar, pois somente com um número elevado de voluntários é que se aumenta a chance dos pacientes encontrarem um doador compatível.<br /><br /><strong><span style="font-size:130%;">O que é necessário para ser doador de Medula Óssea e se cadastrar?</span></strong><br />1 – Ter entre 18 e 55 anos de idade e estar em boas condições de saúde;<br />2 – Preencher um cadastro com seus dados completos;<br />3 – Coletar uma pequena amostra de sangue (10 ml) para um teste, com o objetivo de identificar a sua tipagem genética que se chama HLA;<br />4 – Seus dados, juntamente com o resultado do exame de HLA serão encaminhados ao banco de dados do REDOME (Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea).<br /><br /><strong><span style="font-size:130%;">Como funciona o REDOME?</span></strong><br />No Registro de Doadores de Medula ficam registradas as pessoas interessadas em ser doadores de medula. Sempre que houver um paciente necessitando de transplante e que não tenha sido encontrado um doador compatível na família, os médicos podem consultar o registro. Realiza-se a busca e, encontrando-se alguém compatível, o doador será convocado.<br />Outros testes sanguíneos serão necessários e, se a compatibilidade for confirmada, o doador será consultado para decidir a respeito da doação.<br /><br /><strong><span style="font-size:130%;">Se a compatibilidade for confirmada, o que acontece?</span></strong><br />Se houver compatibilidade, o doador será avaliado clinicamente para certificar seu bom estado de saúde e se de fato ele pode ser doador de medula. O médico vai colocar então a melhor forma de doação para o paciente. O doador irá doar a medula no centro de transplante mais próximo de sua casa e a medula vai congelada até o paciente. Não existe nenhum risco para o doador. Tudo é pago pelo Ministério da Saúde, através do SUS.<br /><br /><strong><span style="font-size:130%;">Como a Medula Óssea é removida?</span></strong><br />Existem duas formas de doar a medula óssea:<br />A primeira é realizada por punção periférica (como doar sangue) e é um processo parecido com o de doar plaquetas - a coleta é feita pela máquina de aférese. Antes, o doador recebe por cinco dias um medicamento que estimula a produção das células-mãe que migram da medula para as veias e são filtradas por esta máquina. Em média, o processo de filtração dura mais ou menos 4 horas.<br />O outro método é puncionar diretamente a medula óssea, usando seringa e agulha na região do quadril para aspirar o material que contém as células progenitoras do sangue, uma quantidade equivalente a uma bolsa de sangue. Nesse caso, o doador é anestesiado e o procedimento dura 40 minutos. O doador fica em observação por um dia e pode retomar suas atividades no dia seguinte.<br /><br /><strong><span style="font-size:130%;">Quais os riscos?</span></strong><br />Doar medula óssea é seguro. Nunca houve nenhum acidente com o doador e as células se refazem rapidamente, como na doação de sangue.<br /><br /><strong><span style="font-size:130%;">Como os paciente recebem a Medula Óssea?</span></strong><br />Depois de um tratamento que destrói a própria medula, o paciente recebe a nova medula por meio de transfusão. Em duas semanas a medula transplantada já estará produzindo novas células.<br /><br /><strong><span style="font-size:130%;">Por que se registrar é importante?</span></strong><br />Para o paciente você pode significar a única possibilidade de cura. Quanto mais doadores registrados existirem, maior é a chance de se encontrar um doador compatível.<br /><strong><br /><span style="font-size:130%;">Posso doar mais de uma vez?</span></strong><span style="font-size:130%;"><br /></span>Dificilmente haverá mais de uma pessoa compatível com você. No entanto, se for necessário, a doação pode ser feita quantas vezes forem necessárias, pois a medula se recompõe rapidamente após a doação.<br /></div><div align="justify"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5382856488464523538" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 332px; CURSOR: hand; HEIGHT: 428px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="http://3.bp.blogspot.com/_906ocT91e2c/SrO_dOfVoRI/AAAAAAAAA-A/oB5CuNBqrDk/s400/ScannedImage-3.jpg" border="0" /></div>Samira Limahttp://www.blogger.com/profile/02192722870972620814noreply@blogger.com10tag:blogger.com,1999:blog-4566762055077375420.post-7820397551129771232009-09-16T06:38:00.000-07:002009-09-16T10:14:29.429-07:001 milhão de girafas<a href="http://1.bp.blogspot.com/_906ocT91e2c/SrD2W4GXfCI/AAAAAAAAA9o/SomzDMdw2Bk/s1600-h/ScannedImage.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5382072427584388130" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 252px; CURSOR: hand; HEIGHT: 400px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="http://1.bp.blogspot.com/_906ocT91e2c/SrD2W4GXfCI/AAAAAAAAA9o/SomzDMdw2Bk/s400/ScannedImage.jpg" border="0" /></a><br /><div align="justify">Ontem a noite a Palominha me mandou pelo MSN um link do <a href="http://rizopodes.blogspot.com/">blog do Pexe</a>, amigo dela. Pediu pra que eu procurasse o post sobre girafas. Talvez eu tenha sido a última a saber, porque a história já virou fenômeno na internet. Saiu no site do <a href="http://g1.globo.com/Noticias/Tecnologia/0,,MUL1283783-6174,00.html">G1</a>: há alguns meses, dois amigos noruegueses (Helland e Jorgen) fizeram uma aposta na qual o primeiro reuniria em um site, nada mais nada menos do que um milhão de girafas, provando assim que na internet tudo é possível. </div><br /><div align="justify">A única condição é que tais girafas não podem, em hipótese alguma, serem desenhadas por meio do computador e nem compradas em lojas (de pelúcia, p. ex.). Então vale tudo: desenhos, pinturas, esculturas (eu vi uma feita com palitos de fósforo e outra com bolas de sinuca), colagem etc. O prazo estabelecido para a conclusão dessa "missão" é até o final do ano que vem. </div><br /><div align="justify">O objetivo da aposta é provar o quanto a internet é incrível, além de fazer com que os adeptos se desliguem do mundo virtual e passem algum tempo longe da tecnologia, enquanto criam as suas próprias girafas. E parece que está dando certo: o <a href="http://www.onemilliongiraffes.com/">site</a> já conta com a colaboração de mais de 165 mil pessoas, de aproximadamente 174 países. Não é fantástico? </div><br /><div align="justify">A Palominha me mostrou a dela (que ela coloriu com caneta marca-texto!) e eu acabei enviando <a href="http://www.onemilliongiraffes.com/?id=26823">uma</a> também (o desenho acima), que eu fiz de mosaico. Ah, o Pexe também fez a girafa dele, com a ajuda de sua priminha de 7 anos. </div><br /><div align="justify">O mais impressionante é a criatividade das pessoas. Eu vi uma <a href="http://www.onemilliongiraffes.com/?id=26221">menina</a> de Los Angeles (EUA) que colocou um chapéu de girafa e tirou uma foto e várias outras tantas feitas por crianças do mundo inteiro. Vale a pena conferir!</div>Samira Limahttp://www.blogger.com/profile/02192722870972620814noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-4566762055077375420.post-32859117040449306152009-08-08T16:41:00.000-07:002009-08-08T17:14:16.855-07:00Selo Blog de Ouro<a href="http://lh6.ggpht.com/_5ZdrulkCVw8/Sh1_woKC68I/AAAAAAAAA34/x7j3nd4sp1k/blogdeouro.gif"><img style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 140px; CURSOR: hand; HEIGHT: 159px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="http://lh6.ggpht.com/_5ZdrulkCVw8/Sh1_woKC68I/AAAAAAAAA34/x7j3nd4sp1k/blogdeouro.gif" border="0" /></a><br /><div><div><div><div><div>Há uns 2 meses o blog <strong><em>Ponto Por Extenso </em></strong>recebeu o selo <em>"Blog de Ouro"</em> do <strong><em>Blog da Carol</em></strong> - <a href="http://carolperiotto.blogspot.com/">http://carolperiotto.blogspot.com/</a><br /></div><br /><div>Não há palavras para descrever minha felicidade. Valeu mesmo, Carol!<br /></div><br /><div>Bem, segundo as regras, devo repassar o selo, escolhendo 4 blogs para a premiação. Vamos lá:<br /></div><br /><div></div><br /><div>- <a href="http://renatagranagarcia.blogspot.com/">http://renatagranagarcia.blogspot.com/</a><br /></div><br /><div>- <a href="http://nageladeira.blogspot.com/">http://nageladeira.blogspot.com/</a><br /></div><br /><div>- <a href="http://mainaninamachado.blogspot.com/">http://mainaninamachado.blogspot.com/</a><br /></div><br /><div>- <a href="http://palavraseideais.blogspot.com/">http://palavraseideais.blogspot.com/</a><br /></div><div><br /> </div><div align="center"><br /><strong><em>REGRAS:</em></strong><br /></div><div align="center"><strong><em>1 - Exiba a imagem do selo "Blog de Ouro".</em></strong><br /><strong><em>2 - Poste o link do blog que te indicou.</em></strong><br /><strong><em>3 - Indique 4 blogs de sua preferência.</em></strong><br /><strong><em>4 - Avise seus indicados.</em></strong><br /><strong><em>5 - Publique as regras.</em></strong><br /><strong><em>6 - Confira se os blogs indicados repassaram o selo e as regras.*</em></strong></div><div align="center"> </div><br /><div><br /><div align="left"><span style="font-size:85%;"><em>*Também não seguirei a regra nº 6. A participação é livre.</em></span></div></div></div></div></div></div>Samira Limahttp://www.blogger.com/profile/02192722870972620814noreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-4566762055077375420.post-60138642563465276272009-07-31T09:28:00.001-07:002009-08-03T10:08:21.526-07:00Laudo nº 746/09<a href="http://4.bp.blogspot.com/_906ocT91e2c/SncZDdNJBbI/AAAAAAAAA88/nbQfOTndbec/s1600-h/boneca+de+pano.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5365785028205282738" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 320px; CURSOR: hand; HEIGHT: 213px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="http://4.bp.blogspot.com/_906ocT91e2c/SncZDdNJBbI/AAAAAAAAA88/nbQfOTndbec/s320/boneca+de+pano.jpg" border="0" /></a><br /><div align="justify"><a href="http://2.bp.blogspot.com/_906ocT91e2c/SnMcKA1gSmI/AAAAAAAAA8s/0BKX0VokEQo/s1600-h/boneca+de+pano.jpg"></a>Casa de vidraças embaçadas. Meia luz evidenciando folhas de papel espalhadas pela mesa. Algumas caídas pelo chão da sala. É que eram muitas perguntas. Perguntas que não devem ser respondidas. As respostas às vezes fazem perder a ousadia, o encanto das questões não sabidas. Ninguém precisa de todas as respostas. </div><div align="justify"><br /> </div><div align="justify"></div><div align="justify">No centro da sala, a menina brinca de boneca. Menina dos olhos, boneca de pano. Passarinhos cantam na janela. Embaçados. Pai e mãe, médicos legistas, fascinados pelo trabalho e, por si, nem tanto. A paixão pela morte os fizeram perder o encanto pela vida. A filha já ouvira centenas de histórias e casos da profissão, todas as noites antes de dormir. Na redação da escola disse que quer ser investigadora da polícia quando crescer. A professora chamou os pais para uma conversa, mas logo entendeu: falavam de gente morta com tanta naturalidade... sorriso no rosto. </div><div align="justify"><br /> </div><div align="justify">Menina e boneca se confundem; ora menina é boneca, ora boneca é menina. Estão agora tão quietas, deitadas no tapete, pálidas. Pequena fresta na janela lateral e, em questão de segundos, papéis voam por todos os lados. Brisa da primavera que vem chegando. Hoje pai e mãe farão hora extra. Cheiro de saudade no ar. </div>Samira Limahttp://www.blogger.com/profile/02192722870972620814noreply@blogger.com23tag:blogger.com,1999:blog-4566762055077375420.post-59126972587688394992009-07-28T07:54:00.000-07:002009-07-31T13:14:01.394-07:00Pesos e Medidas<a href="http://3.bp.blogspot.com/_906ocT91e2c/SnNQNwuerHI/AAAAAAAAA80/k8X7Fa5yPM0/s1600-h/mapa.bmp"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5364719778476764274" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 320px; CURSOR: hand; HEIGHT: 234px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="http://3.bp.blogspot.com/_906ocT91e2c/SnNQNwuerHI/AAAAAAAAA80/k8X7Fa5yPM0/s320/mapa.bmp" border="0" /></a><br /><div align="justify">Reunião de suas liberdades protegidas por sua ordem interna, criada por suas controvérsias, seus absurdos. Seus valores mais íntimos pacificados atrás de grades e muros que há entre nossos corpos. Porque meus pensamentos são livres, meus sentimentos são independentes. Eles procuram relacionar-se com os seus. Mas a sua não-intervenção teima em sempre prevalecer. O seu repúdio a arrepios, amor e saudade. Coração inviolável. Censura manifestações de afeto. Afeta meus sentidos mais puros, meus sentimentos mais leves. Sua imagem em minhas memórias não me pediu consentimento. Suas hipóteses de viver longe daqui e sua frustração ao perceber a irrelevância dessas evasões. Seu sorriso mais raro chegou até mim e permaneceu de forma plena e calma. Sua voz reproduzindo saudades. E quando vem o seu cheiro, meu corpo paira no espaço que você deixou. Preciso me desprender, dispensar, despensar você. Aquecer esquecimentos. Medindo suas vindas, como que para estreitar suas voltas. Estrelar seus olhares. Permita-se. Feche os olhos em desejos e suspiros. Quero você sem ter que pesar nossas distâncias. </div>Samira Limahttp://www.blogger.com/profile/02192722870972620814noreply@blogger.com15