E você dizendo ao telefone que já vinha, que era pra te esperar lá embaixo, e aí eu já sabia que era só daqui a umas três horas e meia, depois do seu banho demorado ou algum filme na tv. Cigarro caído no canto da boca e você jogando fichas de poker sobre a mesa, fechando um dos olhos por causa da fumaça do L&M. Os blefes perfeitos.
Naquela manhã de agosto eu queria muito estar com você, nem sei pra quê, mas eu queria te fazer companhia. Queria te dar abraços de dez minutos. Queria te levar lá no nosso esconderijo, lembra? Lá onde a gente tinha certeza que ninguém, além de nós mesmos, nos encontraria.
Você de terno e gravata e a gente fumando no telhado de casa, antes do sol sair. De quando você me ensinava a dirigir e de todas as vezes que você, empolgado, contava as histórias da propaganda. E fechava os olhos quando sorria.
Só que agora você sumiu daqui. E tudo o que eu queria era poder te ligar, mandar e-mail, te visitar, sei lá... mas você não atende o celular, não responde mensagens, não sai de casa, não tem mais e-mail, msn...
Só que agora você sumiu daqui. E tudo o que eu queria era poder te ligar, mandar e-mail, te visitar, sei lá... mas você não atende o celular, não responde mensagens, não sai de casa, não tem mais e-mail, msn...
Eu não quero saber dos seus motivos, não quero te fazer perguntas. Quero você de volta na sexta feira, lá na calçada de casa, jogando conversa fora. Quero as ideias mais loucas e a tal invenção do free-ondas... que iria mudar os rumos da humanidade.
Ah, meu amigo, que falta você me faz...