segunda-feira, 25 de abril de 2011

Muda


Bom mesmo é poder agora rever conceitos há tempos ultrapassados, promover o desapego e aceitar que cada coisa tem seu próprio tempo de vida, seu ponto final. Melhor ainda é entender o momento de aceitação, de dizer adeus para o que não tem mais razão de ser, já que tudo seria bem diferente nas circunstâncias atuais.

Essa descrença virou mania de resposta pronta, tanta vida se transforma a todo instante, virar o disco, viver o novo: a simples forma de pensar mais fácil, sem complicar considerações vulneráveis e traiçoeiras. Estive contando seus passos, seguindo seus rastros, mas do mesmo jeito que aquelas pessoas no tumulto de ontem na rodoviária, as mãos dadas evitando afastarem-se seus corpos na multidão simbolizaram também a nossa despedida. Pelo menos esse foi o meu tempo de entender tudo isso.

E foi mesmo melhor desviar os olhares, ainda que quase passássemos um sobre o outro, seria difícil explicar a ela, e tinha tanta gente por todos os lados, que qualquer cumprimento poderia soar um tanto quanto superficial e desdenhoso, o que me renderia uma chateação desnecessária. Desses conceitos, passei a noite entre questionamentos e detalhes há muito esquecidos, sem razão, como quando você briga com alguém e depois de um tempo você já nem se lembra mais o motivo.

Eu já não me lembro mais de tanta coisa, o tempo foi desbotando essas lembranças, desgastando arrepios e desviando a saudade. Tanta coisa aconteceu nesse entretempo, sem participação, sem presença. Seu caminho ficou na minha contramão, então não há mais grande valia em querer estar junto sem estar.

Eu ainda olhei para trás buscando uma resposta, uma última visão do que agora eu aceito que tenha mesmo ficado para trás. Procurei sem ser vista, mas havia tantas pessoas, final de feriado, gente indo e vindo, despedida e chegada, que eu tive a leve sensação de que o meu trem também partira, agora livre e sossegado, sem destino, na paz que agora eu carrego comigo.

7 comentários:

  1. É o problema de muitas pessoas: não desapegar. Como você disse, tudo tem um ponto final. Basta a gente reconhecer e aceitar, para não virar uma história sem fim.
    Abraços

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  2. É típico do ser humano: viver do passado, apegar-se às saudades... vivamos o presente, pelo amor de Deus! Carpe Diem!

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  3. o passado para muitos acaba sendo calvario de muitos..

    se possível, visite meu blog

    www.semente-terra.blogspot.com

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  4. Belíssimo texto. Escrita leve e objetiva.
    To seguindo aqui (:

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  5. Temos que nos abrir a idéias ultrapassadas, śo assim conseguiremos entender as novas idéias, Convergir mutualmente e redudantemente não é fácil, é preciso muita disponíbilidade, hahaha

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  6. Que lindo seu texto!
    Uma forma poética de mostrar algo tão abstrato.
    Gostei mesmo, sucesso!
    bjos

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  7. AMEI O TEXTO ,VOU TE SEGUIR NO BLOG,GOSTARIA QUE ME SEGUISSE TB TE ACHEI NA COMUNIDADE DO OUKUT,ESTOU AGUARDANDO SUA VISITA.BJUS!
    emagrecendocomsaude-ciara.blogspot.com.br

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